Leonardo Manzan informa que a transição energética ocupa lugar de destaque nas políticas públicas e no planejamento empresarial contemporâneo. O Brasil, com sua matriz energética diversificada, encontra na biomassa um dos caminhos mais promissores para ampliar a participação de fontes renováveis e reduzir a dependência de combustíveis fósseis. A criação de incentivos fiscais específicos para esse setor é determinante, pois viabiliza projetos que, por sua natureza, demandam altos investimentos iniciais em infraestrutura, tecnologia e logística.
O aproveitamento de resíduos agrícolas e florestais para geração de energia, além de contribuir para a sustentabilidade, fortalece cadeias produtivas regionais e gera empregos. Dessa forma, a biomassa não deve ser analisada apenas como alternativa energética, mas como vetor de desenvolvimento econômico e social.
Os incentivos fiscais como motor do setor de biomassa na análise de Leonardo Manzan
De acordo com Leonardo Manzan, instrumentos tributários como isenções, reduções de alíquotas e créditos presumidos são fundamentais para atrair investidores. Esses mecanismos permitem reduzir o peso financeiro inicial da instalação de usinas e da compra de equipamentos de última geração, tornando os projetos economicamente viáveis. Em países que lideram a transição energética, como Alemanha e Suécia, os incentivos fiscais desempenharam papel decisivo no crescimento do setor.
No Brasil, a utilização da biomassa encontra espaço principalmente no reaproveitamento de subprodutos do agronegócio, como o bagaço de cana, a casca de arroz e resíduos florestais. Ao transformar esses materiais em eletricidade ou biocombustíveis, cria-se uma cadeia de valor que associa eficiência econômica e redução de impactos ambientais, fortalecendo a economia circular.
Desafios regulatórios e a busca por estabilidade
Apesar das vantagens, a expansão da biomassa esbarra em entraves regulatórios. Leonardo Manzan aponta que a instabilidade normativa é um dos principais obstáculos ao investimento. Alterações repentinas em benefícios fiscais ou a demora em regulamentações complementares fragilizam a confiança do mercado. Projetos de energia, sobretudo os de grande porte, demandam prazos de retorno longos, e qualquer incerteza pode inviabilizar a captação de recursos.

Outro desafio está no equilíbrio entre diferentes fontes de energia renovável. Políticas fiscais que concentram estímulos em um setor podem criar distorções, desestimulando outras áreas igualmente relevantes, como a solar e a eólica. A formulação de incentivos deve, portanto, observar diretrizes de planejamento energético de longo prazo, garantindo que a biomassa seja fortalecida sem comprometer a diversidade da matriz elétrica.
Biomassa como vetor de desenvolvimento sustentável
O potencial brasileiro em biomassa é expressivo e está diretamente ligado à dimensão territorial e à força do agronegócio. Leonardo Manzan reforça que resíduos como o bagaço de cana já respondem por parcela significativa da geração de energia em regiões produtoras de açúcar e etanol. Esse modelo, além de reduzir custos energéticos para o setor, ajuda o país a cumprir compromissos internacionais de redução de gases de efeito estufa.
A expansão de projetos de biomassa também impulsiona o desenvolvimento regional. Em áreas rurais, a instalação de usinas cria empregos diretos e indiretos, movimenta a economia local e incentiva pesquisas em novas tecnologias de conversão energética. Dessa forma, a biomassa se posiciona como solução que une inovação, inclusão social e sustentabilidade ambiental.
Previsibilidade e competitividade na visão de Leonardo Manzan
Em última análise, a consolidação da biomassa como fonte estratégica de energia dependerá da continuidade das políticas fiscais e da segurança jurídica oferecida aos investidores. Leonardo Manzan frisa que a previsibilidade é condição indispensável para atrair capital nacional e estrangeiro, assegurando que projetos de longo prazo mantenham sua viabilidade financeira.
Quando aplicados de forma consistente, os incentivos fiscais fortalecem a matriz energética nacional e projetam o Brasil como referência internacional na transição verde. Assim, a combinação entre abundância de recursos naturais, inovação tecnológica e estabilidade normativa pode transformar a biomassa em verdadeiro pilar do desenvolvimento sustentável, capaz de conciliar crescimento econômico e responsabilidade ambiental.
Autor: Hanna Beth