Valderci Malagosini Machado, profissional atuante no desenvolvimento de artefatos de cimento e sistemas de pavimentação, explica que o uso de pavimentos intertravados em áreas expostas a vibrações contínuas exige escolhas técnicas específicas para garantir estabilidade a longo prazo. Locais próximos a vias de tráfego intenso, operações industriais, centros logísticos ou regiões atravessadas por ônibus e caminhões geram vibrações que, quando não controladas, podem provocar deslocamentos progressivos das peças, perda do intertravamento e formação de irregularidades. Nessas situações, o pavimento deixa de cumprir sua função e passa a demandar manutenções frequentes.
O intertravamento, que é a base do desempenho dos pavers, depende da combinação entre geometria, distribuição das cargas, compactação adequada e eficácia das contenções laterais. Quando qualquer um desses elementos falha, a vibração tende a ampliar pequenos deslocamentos e transformar microfissuras em falhas perceptíveis. Como informa Valderci Malagosini Machado, a solução está em tratar o pavimento como um sistema completo, em que cada camada contribui para absorver e dissipar esforços dinâmicos.
Por que a vibração causa migração de peças em pavimentos intertravados
De acordo com Valderci Malagosini Machado, a vibração constante atua fragilizando pontos de contato entre as peças, reduzindo o atrito que mantém o conjunto estável. Esse fenômeno se intensifica quando o tráfego é composto por veículos pesados ou quando há movimento repetitivo nos mesmos trechos, como ocorre em rampas de parada, áreas de frenagem e curvas fechadas. A ausência de rigidez adequada na base também amplifica a vibração, transmitindo-a diretamente aos pavers e favorecendo deslocamentos laterais.
O desgaste das juntas é outro fator crítico. Em áreas vibratórias, a areia tende a se deslocar para camadas inferiores, reduzindo a capacidade de travamento. Se isso ocorre de forma contínua, as peças começam a trabalhar soltas, abrindo frestas e criando irregularidades que prejudicam conforto e segurança.
Por fim, projetos que utilizam pavers de pouca espessura ou formatos inadequados tornam-se mais sensíveis à vibração. Peças mais leves e com menor área de contato são mais propensas ao movimento quando submetidas a esforços repetitivos.
Soluções que reforçam o sistema e evitam a migração de peças
Segundo ressalta Valderci Malagosini Machado, o primeiro passo para garantir estabilidade é a escolha correta do modelo de paver. Formatos com alto grau de intertravamento geométrico, como o sextavado ou o retangular aplicado em padrão espinha-de-peixe, distribuem melhor as tensões e reduzem a tendência de deslocamento. Para vibrações intensas, recomenda-se utilizar peças acima de 8 cm de espessura.
A base deve possuir compactação elevada e granulometria adequada. Bases frágeis aumentam a transmissão de vibrações, enquanto camadas bem compactadas amortecem parte da energia gerada. Em projetos industriais ou próximos a vias movimentadas, uma camada de reforço com brita graduada estabilizada melhora significativamente a performance.
A contenção lateral é outro ponto decisivo. Bordas robustas e bem ancoradas impedem a “abertura” do pavimento, principalmente nos trechos mais solicitados. Valderci Malagosini Machado aponta que contenções mal executadas são responsáveis por grande parte dos deslocamentos observados ao longo do tempo.
A execução correta das juntas também influencia no desempenho. A areia deve ser aplicada em quantidade adequada e compactada entre as peças, evitando que se desloque com facilidade. Em áreas muito críticas, o uso de areia polimérica aumenta a rigidez das juntas sem comprometer a permeabilidade superficial.
Vantagens operacionais e comportamentais do pavimento em ambientes vibratórios
Sob análise de Valderci Malagosini Machado, quando especificado e executado de maneira correta, o pavimento intertravado oferece vantagens importantes em locais sujeitos a vibração. A modularidade permite manutenção rápida e localizada, sem necessidade de remover grandes trechos do pavimento. A flexibilidade do sistema reduz riscos de trincas recorrentes, comuns em soluções rígidas como concreto moldado in loco.
Ademais, o pavimento intertravado apresenta boa resposta ao tráfego pesado quando associado a bases reforçadas. A capacidade do sistema de se adaptar a pequenas deformações sem comprometer o conjunto garante vida útil prolongada e reduz a frequência de intervenções. A estética também é preservada, já que os ajustes de nivelamento podem ser feitos sem alterar a aparência geral do pavimento.
Desempenho a longo prazo e considerações finais
Conforme sintetiza Valderci Malagosini Machado, o bom desempenho de pavimentos intertravados em áreas sujeitas a vibração depende da integração entre projeto, escolha dos materiais e execução. Peças robustas, padrão de assentamento adequado, juntas bem preenchidas e bases firmes constituem um conjunto que resiste aos esforços dinâmicos sem sofrer migração de peças. Com manutenção periódica mínima e inspeções ocasionais, o sistema apresenta durabilidade elevada e manutenção simplificada.
Quando essas diretrizes são aplicadas com rigor técnico, o pavimento intertravado se torna solução ideal para ambientes com vibração constante, oferecendo estabilidade, segurança e ótimo custo-benefício.
Autor : Hanna Beth