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Poliomielite: como lidar com a doença na fase adulta

A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, é uma das doenças que mais preocupam as autoridades sanitárias. Trata-se de uma doença contagiosa aguda, que pode infectar crianças e adultos (que não foram imunizados), e ataca o sistema neurológico afetando todo o corpo, podendo causar paralisia dos grupos musculares.

Nos casos mais graves, o desenvolvimento neurológico e musculoesquelético ao longo da infância é prejudicado, o que pode gerar sequelas e limitar a qualidade de vida das crianças e dos adultos.

Como prevenção, a vacinação continua sendo a única forma de evitar a doença. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas de acordo com a campanha nacional anual em vigor. Desde 2016, o esquema vacinal passou a ser de três doses da vacina injetável (VIP -2,4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente (VOP – gotinha). Essa mudança segue a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e faz parte do processo de erradicação mundial da pólio.

“As taxas de vacinação no Brasil caíram nos últimos anos, com cerca de 60% da população menor de 5 anos vacinada. A meta é atingir ao menos 95% de crianças vacinadas. Seguir o calendário vacinal e participar das campanhas anuais é a melhor maneira de mantermos nossas crianças e todo o Brasil livre desta doença”, declara Gabriel Fialkovitz, Médico Infectologista da Yuna e do Instituto do Coração do HCFMUSP.

Outro caso preocupante é a Síndrome pós-pólio (SPP), uma desordem do sistema nervoso que se manifesta em pessoas que tiveram poliomielite há aproximadamente 15 anos ou mais. A SPP pode provocar perda das funções musculares anos depois que a doença já estava estabilizada.

As sequelas da poliomielite estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro, por isso normalmente correspondem a questões motoras e não têm cura. São elas: problemas e dores nas articulações, pé torto, crescimento diferente das pernas, osteoporose, paralisia de uma das pernas, paralisia dos músculos da fala e da deglutição, dificuldade de falar, atrofia muscular e hipersensibilidade ao toque.

“Cuidados em reabilitação e fisioterapia podem ajudar a criança a se desenvolver melhor, recuperar mobilidade e participar com mais independência de suas atividades diárias. Para isso, é comum que sejam indicados o uso de órteses e suportes para a locomoção”, esclarece Luca Adan, Médico Fisiatra da Yuna, clínica de transição de cuidados e reabilitação.

Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), representação da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, uma em cada 200 infecções pelo vírus resultam em paralisia irreversível (geralmente das pernas). Entre as pessoas acometidas pela doença, entre 5% e 10% morrem por paralisia dos músculos respiratórios.

Embora o Brasil tenha recebido o certificado de eliminação da pólio, em 1994, a Opas alerta que, até que a doença seja erradicada no mundo, há risco de casos importados e do vírus voltar a circular em território brasileiro. Por isso a vacinação é tão importante.

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