Justiça determina prisão de réus suspeitos de ajudar presos no ES e fazer parte de facção criminosa

Hanna Beth By Hanna Beth
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Uma operação de grande porte realizada por forças de segurança revelou um esquema articulado que operava a partir do sistema prisional e contava com apoio externo para manter atividades ilícitas em pleno funcionamento. A ação foi coordenada entre Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais, demonstrando o alcance interestadual da rede. Os mandados judiciais executados em diferentes cidades resultaram na prisão de indivíduos ligados a um grupo organizado que utilizava o contato com o exterior para dar continuidade a ordens criminosas.

As investigações mostraram que familiares e até um advogado atuavam diretamente como elo entre os detentos e o mundo fora das grades. As mensagens repassadas por esses intermediários orientavam ações como cobranças, ameaças e movimentações financeiras. Esse tipo de envolvimento representa uma grave violação da confiança depositada em profissionais do direito e demonstra como organizações criminosas tentam infiltrar-se em diferentes estruturas para garantir sua sobrevivência.

A decisão judicial de impedir o acesso ao presídio desses dois colaboradores externos, somada às prisões preventivas de outros dez suspeitos, marca um passo importante no enfrentamento da criminalidade que se enraíza no sistema prisional. As autoridades seguem trabalhando para desarticular todos os pontos de contato da rede. O cumprimento simultâneo dos mandados em três estados evidencia a complexidade da operação e o nível de articulação dos investigados.

Entre os alvos identificados estão pessoas que usavam linguagem codificada para transmitir recados dos líderes da organização. As mensagens serviam para coordenar ações criminosas fora das unidades prisionais, incluindo o planejamento de atentados, distribuição de tarefas e movimentações financeiras que davam suporte à estrutura da organização. A estratégia adotada pelo grupo tinha como principal objetivo manter as lideranças no controle, mesmo estando sob custódia.

A operação também teve caráter preventivo, ao visar impedir o fortalecimento de núcleos criminosos que vinham se reorganizando em diversas regiões. A presença de integrantes em diferentes estados ampliava a capacidade de atuação da organização, que buscava novos canais de comunicação e cooptação. O foco das autoridades agora é rastrear o fluxo financeiro e os possíveis envolvidos indiretos que ainda possam estar prestando apoio logístico ou jurídico.

Segundo os investigadores, parte das atividades era mantida com o uso de celulares dentro das unidades, facilitando a troca constante de informações entre os presos e os contatos externos. A colaboração de pessoas que tinham autorização para entrar nos presídios, como advogados e familiares, era essencial para o funcionamento do esquema. O Ministério Público reforça que esse tipo de conduta será tratado com máxima severidade e pode gerar sanções tanto criminais quanto disciplinares.

A atuação conjunta das polícias e do Judiciário foi fundamental para o êxito da ação, que se baseou em meses de monitoramento e escutas autorizadas. A coleta de provas permitiu identificar com precisão os envolvidos e o papel de cada um dentro da estrutura criminosa. A expectativa é que as prisões gerem novas pistas e colaborações, permitindo o avanço das investigações e a ampliação da rede de responsabilização.

Esse episódio chama atenção para os desafios constantes enfrentados pelas autoridades no combate à criminalidade organizada. Mesmo com líderes presos, organizações seguem operando por meio de brechas no sistema e da cooptação de pessoas do convívio externo. A resposta rápida e coordenada, como ocorreu nesse caso, reforça a importância da vigilância constante e do fortalecimento das instituições que atuam no combate ao crime estruturado.

Autor : Hanna Beth

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